ANÁLISE ESPACIAL DE ISOLAMENTO E PROXIMIDADE DOS FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA DO SUL DO BRASIL

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Resumo

A fragmentação gera impactos cumulativos, sinérgicos e aditivos. Estratégias no monitoramento, manejo sustentável, conservação da biodiversidade e proteção de serviços ecossistêmicos são aspectos relevantes ao desenvolvimento regional. Este artigo é um recorte da pesquisa de trabalho de conclusão de curso do Bacharelado em Gestão Ambiental da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). O objetivo foi analisar o isolamento e proximidade dos fragmentos remanescentes de Mata Atlântica no contexto da Unidade de Conservação do Parque Natural Municipal de Ronda (PNMR). A área de estudo está situada na sub-bacia do arroio Rolantinho da Areia (SBRA), uma das cabeceiras do Alto Sinos, situada a nordeste do Rio Grande do Sul, sul do Brasil. A análise geoespacial do mapeamento de uso e cobertura da terra e fragmentos florestais usou geoprocessamento, sensoriamento remoto e Sistema de Informação Geográfica (SIG). Os fragmentos florestais remanescentes foram submetidos ao FRAGSTATS 4.2® para cálculo das métricas da paisagem. Foram calculadas métricas de: área, borda, área-núcleo, proximidade, isolamento, conectividade, retalhamento e agregação. Os 310 fragmentos florestais mapeados na SBRA foram ranqueados por classe de tamanho, a saber: < 5 ha (muito pequeno), 5-25 ha (pequeno), 25-75 ha (médio), 75-150 ha (médio-grande) e >150 ha (grande). Contudo, o levantamento não identificou a classe de tamanho de 75-150 ha, como já mapeado para outras sub-bacias da região em condições e características semelhantes. Os resultados indicam que a maioria dos fragmentos são inferiores a 5 ha, orbitam em torno de um grande fragmento central com uma área acima de cinco (5) mil ha onde está inserido o PNMR. Os fragmentos muito pequenos e pequenos (até 25 ha) são os que apresentam a maior proximidade influenciando o alto grau de coesão, funcionando como trampolins ecológicos, estabelecendo a conectividade e manutenção entre fragmentos e com a Unidade de Conservação, bem como, promovendo a proteção edáfica e dos recursos hídricos dada a intrínseca relação dos remanescentes e cursos d’água. Os fragmentos médios 25-75 ha são aqueles mais isolados do PNMR localizados nas áreas de borda mais retalhada nos limites da SBRA. Observamos que pontos sensíveis como os que concentram os fragmentos menores e mais isolados, poderiam ter a distância euclidiana média reduzida ao assumir um cenário com áreas de Silvicultura como incremento, admitindo algumas áreas estratégicas para melhoria de conectividade com a Unidade de Conservação. Cabe pontuar a relevância da conexão dos fragmentos com habitats de sistemas biótopos dos Campos de Altitude e das Áreas Úmidas, infraestruturas ecológicas como redes de ligação com menor resistência da paisagem.

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Biografia do Autor

Juliana Gisele Gottschalk Petzinger, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Mestranda em Ambiente e Sustentabilidade (PPGAS). Bacharel em Gestão Ambiental.

Universidade Estadual do Rio Grande do Sul  

Márcia dos Santos Ramos Berreta, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Geógrafa, Doutora em Geografia. Professora do Programa de Pós-graduação Ambiente e Sustentabilidade da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, coordenadora do Laboratório de Gestão Ambiental e Negociação de Conflitos (GANECO). Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

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Publicado

2025-09-08

Como Citar

Petzinger, J. G. G., & Berreta, M. dos S. R. (2025). ANÁLISE ESPACIAL DE ISOLAMENTO E PROXIMIDADE DOS FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA DO SUL DO BRASIL. Revista Territorium Terram, 8(esp. 1), 160–179. Recuperado de http://200.17.67.205/territorium_terram/article/view/5883